No século XIII, peregrinos locais encontraram marcas fossilizadas numa falésia inclinada junto ao mar. Sem o conhecimento científico que temos hoje, interpretaram-nas como sendo as pegadas deixadas pela mula que transportava Nossa Senhora durante uma aparição milagrosa no topo do cabo.
A devoção cresceu em torno dessa lenda, dando origem ao culto de Nossa Senhora do Cabo, à construção da Ermida da Memória, e mais tarde, de todo o conjunto monumental do santuário.
Hoje sabemos que aquelas "pegadas" são, na verdade, icnofósseis de dinossauros saurópodes, com cerca de 150 milhões de anos, preservadas nas camadas inclinadas da rocha. É um dos raríssimos locais do mundo onde as marcas de pegadas de dinossauros podem ser vistas num cenário costeiro tão dramático.
Portanto, o Cabo Espichel é um dos poucos lugares onde se cruzam:
Um sítio onde, literalmente, dinossauros e milagres caminham lado a lado.