Muito antes de se tornar um dos mais belos exemplos do romantismo europeu em Portugal, o Palácio de Monserrate teve uma história rica e cheia de personagens fascinantes que moldaram o seu destino.
O terreno onde hoje se ergue o palácio foi, originalmente, ocupado por uma capela dedicada a Nossa Senhora de Monserrate, construída no século XVI. Durante séculos, a propriedade foi passando por diferentes mãos, mas o seu destino mudaria radicalmente no século XVIII.
Em 1793, William Beckford, um excêntrico aristocrata e escritor inglês, arrendou a quinta. Fascinado pela natureza selvagem da serra de Sintra, Beckford iniciou obras ambiciosas no local, incluindo a reconstrução da capela e o início da criação de jardins paisagísticos. Contudo, os seus planos foram interrompidos, e a propriedade voltou a cair em ruínas.
O verdadeiro renascimento de Monserrate começou em 1856, quando o terreno foi adquirido por Sir Francis Cook, um abastado comerciante e colecionador de arte inglês, que viria a ser nomeado Visconde de Monserrate pelo rei D. Luís I.
Apaixonado por arte, arquitetura e botânica, Cook contratou o arquiteto James Knowles Jr. para conceber um palácio de verão ao estilo orientalista, misturando influências góticas, mouriscas e indianas. A sua visão transformou Monserrate num retiro de sonho, rodeado por jardins exuberantes com plantas exóticas vindas de todo o mundo — um verdadeiro testemunho do espírito romântico do século XIX.
Sob a família Cook, Monserrate tornou-se um ponto de encontro da elite europeia, acolhendo intelectuais, artistas e nobres fascinados pela beleza natural de Sintra.
Com o passar das décadas e o fim da presença da família Cook em Portugal, o palácio entrou num processo de abandono. Já no século XX, foi adquirido pelo Estado Português e, mais tarde, integrado no património da Parques de Sintra – Monte da Lua, entidade responsável pela sua recuperação e valorização.
Hoje, Monserrate é um símbolo da ligação histórica e cultural entre Portugal e o Reino Unido, além de ser um destino imperdível para quem visita Sintra.