A palavra azulejo provém do árabe al-zillīj, que significa "pequena pedra polida". Esta arte teve origem no mundo islâmico, nomeadamente na Península Ibérica, durante a ocupação muçulmana (século VIII ao século XV). Os mouros introduziram em território ibérico a técnica da cerâmica vidrada e decorada com padrões geométricos, uma vez que a religião islâmica proibia a representação de figuras humanas e animais.
Os azulejos começaram a ser utilizados em Portugal no século XV, durante o reinado de D. Manuel I. Após uma viagem a Sevilha (em 1503), o rei ficou impressionado com os belíssimos revestimentos cerâmicos do sul de Espanha e decidiu importar essa arte para o seu reino. Inicialmente, os azulejos eram importados, sobretudo da região de Sevilha, onde a tradição era fortemente influenciada pelos padrões islâmicos e pela técnica da corda seca.
A partir do século XVI, começaram a surgir em Portugal oficinas próprias, e a arte do azulejo começou a adquirir uma identidade nacional. O estilo evoluiu rapidamente, passando de composições geométricas para cenas figurativas, inspiradas no Renascimento e posteriormente no Barroco.
No século XX, artistas como Jorge Barradas, Júlio Pomar, Maria Keil e Vieira da Silva reinventaram o azulejo como meio de expressão artística. Um dos exemplos mais marcantes é a aplicação de azulejos artísticos nas estações do Metro de Lisboa, um verdadeiro museu subterrâneo.
O azulejo continua a ser uma marca da identidade visual portuguesa, apreciado tanto como expressão artística como elemento decorativo. Portugal é, hoje, um dos países com a maior e mais diversa tradição azulejar do mundo.