Contexto: Em 1809, Lord Byron viajou por Portugal como parte de uma jornada pelo sul da Europa, uma espécie de "Grand Tour", prática comum entre jovens aristocratas britânicos da época. Portugal foi uma das suas primeiras paragens antes de seguir para Espanha, Albânia, Grécia e Turquia. Durante a sua curta estada em Portugal, passou alguns dias em Lisboa e em Sintra. Ficou profundamente impressionado com a beleza natural e o misticismo da vila. O que Byron disse sobre Sintra? Em "Childe Harold’s Pilgrimage", poema semi-autobiográfico publicado em 1812, ele descreve Sintra com grande admiração: “Lo! Cintra's glorious Eden intervenesWith variegated dome, and groves between.” E numa carta à sua mãe, escreveu: “I must just observe that the village of Cintra in Estremadura is the most beautiful in the world.” Ou seja, considerava Sintra “a mais bela vila do mundo” – um elogio que ajudou a firmar a fama de Sintra entre os românticos europeus do século XIX. Motivações de Byron Não foi por trabalho: Byron não viajava com fins profissionais, mas em busca de experiências e inspiração. Não foi exatamente retiro espiritual, mas ele estava, como muitos românticos, em busca de paisagens sublimes, natureza grandiosa e culturas "exóticas" aos olhos britânicos. Foi repouso e inspiração: Sintra oferecia tudo isso. A serra, os palácios cobertos de nevoeiro, os bosques densos e a mistura de estilos arquitetónicos pareciam saídos de uma fantasia medieval – algo que encantava os românticos. Curiosidades adicionais: O próprio Palácio da Pena (construído mais tarde, em meados do século XIX) seria considerado uma verdadeira materialização do espírito romântico que Byron procurava. A fama trazida por Byron fez com que outros artistas e aristocratas europeus se interessassem por Sintra – ajudando a consolidar a sua reputação como local místico e inspirador. A partir de então, Sintra tornou-se parte de um roteiro obrigatório para escritores e viajantes sensíveis à beleza natural e histórica.